A cidade de Ourinhos, no interior de São Paulo, ganhou destaque na mídia nos últimos dias após o prefeito Guilherme Gonçalves (Podemos) anunciar a suspensão do Carnaval. Ele preferiu trocar o investimento financeiro na chamada “festa da carne” por melhorias na saúde pública.

A decisão foi anunciada menos de uma semana após a divulgação da programação oficial do Carnaval da cidade, que incluiria shows de artistas famosos no cenário nacional. As atrações teriam entrada franca, mas o dinheiro para pagar esses famosos sairia dos cofres públicos. O cancelamento do Carnaval em Ourinhos deve ajudar a gerar uma economia de cerca de R$ 90 milhões por ano na cidade.

O prefeito decidiu separar o valor  para a compra de equipamentos de Raio-x, realização de 150 cirurgias eletivas e ampliação da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento.

Cristão e ex-coletor de lixo, Guilherme Gonçalves afirmou que “está no cargo para servir e não para ser servido”.

Corte de gastos

Em fevereiro, 11 de fevereiro, Guilherme Gonçalves concedeu uma coletiva de imprensa no gabinete da prefeitura para abordar a atual situação financeira de Ourinhos. Segundo o prefeito, a gestão anterior, comandada por Lucas Pocay (PSD), utilizou quase a totalidade dos R$ 277,5 milhões provenientes da outorga da concessão dos serviços de água e esgoto, bem como da extinção da Superintendência de Água e Esgoto (SAE), para cobrir despesas excessivas e equilibrar as contas municipais. 

Guilherme destacou que será necessário um corte de gastos para gerar economia de até R$ 90 milhões por ano. No entanto, o prefeito garantiu que as obras na área da saúde continuarão em andamento.

Outro impacto foi o cancelamento dos  shows de carnaval previstos para o dia 28 de fevereiro na Praça Mello Peixoto, incluindo a apresentação do Grupo Revelação. Apesar disso, Guilherme assegurou a realização da FAPI (Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos).

Apesar das dificuldades, Guilherme se mostrou otimista e afirmou que os cortes e ajustes administrativos permitirão que as contas municipais sejam equilibradas até 2026.