O Ministério da Saúde (MS) recomenda que todas as gestantes do país façam suplementação de cálcio para prevenir a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, problemas causados pela hipertensão e que são as maiores causas de nascimentos prematuros e de morte materna e fetal.
Estudos mostram que a suplementação diária de cálcio reduz em até 55% o risco de pré-eclâmpsia, explica a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Mulheres, Renata Reis: “A condição pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação e levar a complicações graves, como insuficiência hepática, insuficiência renal, descolamento prematuro de placenta e restrição do crescimento fetal”, conclui.
Desde 2011, a OMS recomenda a suplementação de cálcio para gestantes com baixa ingestão do nutriente ou em situações de alto risco para pré-eclâmpsia. No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2017-2018) apontam que mais de 96% das mulheres adultas consomem menos cálcio do que o recomendado, reforçando a necessidade da oferta universal do suplemento.
A nova diretriz recomenda que todas as gestantes recebam suplementação diária de cálcio, seguindo este protocolo:
- Público: todas as gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS), com início da suplementação a partir da 12ª semana de gestação até o parto;
- Dosagem: dois comprimidos diários de carbonato de cálcio (1.250 mg, equivalente a 1.000 mg de cálcio elementar);
- Prescrição: pode ser feita por médicos, enfermeiros e nutricionistas das equipes da APS;
- Cuidados na administração: o suplemento não deve ser ingerido junto com a suplementação de ferro, sendo necessário um intervalo de duas horas entre os suplementos para garantir a absorção adequada de cada um.
O medicamento já integra a lista de distribuição básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nas unidades de saúde. No entanto, a responsabilidade pela aquisição dos comprimidos em quantidade suficiente para atender todas as gestantes ficará a cargo dos estados, municípios e do Distrito Federal.