O Brasil já possui estados onde a maioria da população é evangélica, e essa tendência deve crescer nos próximos anos, segundo a pesquisa “Vai na fé! O impacto eleitoral do crescimento dos evangélicos”, realizada pela Mar Asset Management. O levantamento aponta que Rondônia, Amazonas, Espírito Santo e Acre já são estados de maioria evangélica.
A projeção mostra que os estados do Amapá e Rio de Janeiro estarão nessa lista no ano que vem. A sondagem estima que, em 2026, os evangélicos vão representar 36% da população brasileira.
Outro dado relevante é a expansão do número de igrejas evangélicas no país. Nos últimos dez anos, o total de templos dobrou, superando 140 mil igrejas em 2023. Em média, cerca de 5 mil novas igrejas foram abertas por ano, segundo levantamento.
O impacto dos evangélicos no cenário eleitoral brasileiro
O aumento da população evangélica está transformando o panorama político do Brasil. A pesquisa analisa essa mudança e quantifica sua influência na avaliação dos governos e nos resultados das eleições futuras. Em especial, o estudo analisou como esse fator contribui para a desaprovação do atual governo.
Utilizando dados da Receita Federal, os pesquisadores criaram uma série histórica da população evangélica por município, atualizada mensalmente. As estimativas indicam que, até 2026, os evangélicos representarão 36% da população brasileira, contra 32% em 2022 e 22% em 2010.
O papel dos evangélicos na baixa popularidade de Lula
A pesquisa aponta que a baixa avaliação do governo Lula pode ser explicada, em grande parte, pela visão dos eleitores evangélicos. Enquanto os não evangélicos avaliam o terceiro mandato de Lula de maneira semelhante à Dilma, os evangélicos são significativamente mais críticos à atual gestão.
Nas eleições de 2022, a conversão de votos de não evangélicos para Lula foi a maior da história. No entanto, mesmo que esse fenômeno se repetisse, o crescimento da população evangélica já seria suficiente para consolidar a vitória de um candidato de direita em 2026.
Eleições municipais antecipam tendência para 2026
Os resultados das eleições municipais reforçam essa projeção. Os pesquisadores criaram um Índice de Posição Política, que revela uma clara tendência de crescimento dos partidos de direita na última década, especialmente nos estados com maior presença evangélica.
Diferente do senso comum, os dados mostram que há uma correlação histórica entre eleições municipais e presidenciais. Esse movimento indica que a conjuntura já é desfavorável para um candidato de esquerda em 2026, considerando o peso da questão social.
Além disso, a expectativa de deterioração econômica nos próximos dois anos pode tornar ainda mais difícil uma vitória do PT, mesmo que o candidato seja o próprio presidente Lula.