O ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a prisão, Collor se torna o terceiro ex-presidente brasileiro a ser detido desde a redemocratização.
Além de Collor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB) também já foram presos. Antes da redemocratização, outros ex-presidentes foram detidos, mas por motivos políticos.
Segundo a defesa, a prisão ocorreu por volta das 4h, quando o político se preparava para viajar a Brasília, onde pretendia se apresentar voluntariamente à Justiça. Após a abordagem, Collor foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Alagoas.
A ordem de prisão foi expedida após Moraes negar um segundo recurso da defesa, considerado meramente protelatório. Uma sessão virtual do STF, marcada das 11h às 23h59 desta sexta-feira, deverá referendar a decisão do ministro.
Collor foi condenado em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O STF entendeu que, entre 2010 e 2014, ele usou sua influência como dirigente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para indicar nomes à BR Distribuidora — hoje Vibra Energia — e recebeu cerca de R$ 20 milhões em propina por contratos com a estatal, então subsidiária da Petrobras.
A acusação de associação criminosa prescreveu em razão da idade de Collor, que tem mais de 70 anos. Em novembro do ano passado, o Supremo já havia mantido a condenação ao rejeitar os primeiros recursos apresentados pela defesa.